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RIBEIRÃO PRETO - A reintegração de posse de favela no Jardim Aeroporto em Ribeirão Preto gerou confronto entre policiais e moradores nesta terça-feira (5). Cerca de 700 pessoas se reuniram na entrada do local para protestar e resistir à reintegração. Os moradores se recusaram a sair e incendiaram barracos para evitar a entrada de máquinas.
A Guarda Municipal foi a primeira a chegar. Os policiais tentaram negociar por meio do capitão Paulo Sérgio Fabbris, que tentou acordo para a desapropriação pacífica. Passadas 1h30 de conversas, os moradores fizeram uma barreira com pedaços de madeira para impedir a entrada da polícia e usaram galhos secos e ferragens para iniciar pontos de fogo. Após 3h de negociação, os policiais invadiram o local e retiraram os moradores a força.
A Polícia Militar usou a cavalaria, cães treinados, balas de borracha e bombas de efeito moral para controlar a situação. Alguns moradores foram atingidos e ficaram feridos. Vanderlei Caixe de Filho, representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB foi atingido por um tiro na perna.
A favela do Jardim Aeroporto tem aproximadamente 230 barracos onde vivem 700 pessoas. Segundo a prefeitura, a área é particular e começou a ser invadida em fevereiro deste ano e desapropriada pouco tempo depois.
Os barracos estão sendo demolidos com a ajuda de máquinas. No momento não há mais nenhum morador no local. Os policiais fazem a retirada dos pertences pessoais de dentro dos barracos, que serão levados para um barracão na Via Norte e, posteriormente, entregue aos moradores. Os manifestantes ameaçaram continuar o protesto em frente à prefeitura da cidade.
Caso
Segundo o coordenador da Comissão de Direitos Humanos da OAB Vanderlei Caixe de Filho, existe ordem judicial para a reintegração. "As famílias não tem para onde ir. Foram solicitados caminhões de mudança para levar embora o pouco que essas famílias tem, sem nenhuma garantia de local para dormir esta noite”, explica.
A OAB não tem detalhes a respeito da decisão. “Vejo como um equívoco. Tenho certeza de que se o governo aplicasse IPTU progressivo e coisas do gênero, certamente este direito a propriedade, usado neste país como simplesmente especulação, não aconteceria o que está acontecendo hoje, desapropriação, famílias ao relento, sem defesa estrutura”, comentou Caixe.
O representante da OAB afirmou que os moradores resistiram até onde puderam. "Porém, não vão conseguir resistir à força policial e a pressão que a Justiça coloca sobre eles".
Segundo o secretário da Casa Civil, Luchesi Junior, a requisição judicial foi ingressada pelo proprietário dos terrenos. A ordem judicial foi expedida pelo Juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Ribeirão Preto, Dr. Júlio César Spolatori Domingues.
Fonte EPTV