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Tecnologias assistivas

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Paiva NettoNeste mundo globalizado, em que as tecnologias se aprimoram a uma velocidade queimpressiona, abre-se um leque de oportunidades para a inclusão, no mercado de trabalho, depessoas com deficiência.

Contudo, muitas dessas novas ferramentas esbarram no despreparo ena desinformação de uma parcela da sociedade.Segundo a analista de tecnologia assistiva da Associação para Valorização de Pessoascom Deficiência (Avape), Karolline Fernandes Sales, ela própria deficiente visual, asempresas usam três argumentos para não contratar alguém com baixa ou nenhumavisão. "Um deles é o desconhecimento. Para a maioria dos empregadores, o cego não temcondições de trabalhar, de chegar ao local de trabalho. Outro empecilho é o de não saberutilizar um computador; sem falar do custo do leitor de tela, que varia de R$ 1,3 mil a R$ 1,7mil ou um pouco mais. O terceiro argumento é o de que não existem pessoas qualificadas nomercado", afirmou.Em entrevista ao programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV (Oi TV— Canal 212 — e Net Brasil/Claro TV — Canal 196), Karolline Sales, que também exerce afunção de assessora de comunicação da Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB),contestou: "Conheço várias pessoas com deficiência visual graduadas, pós-graduadas, quejá concluíram o mestrado. Então, esse argumento da falta de qualificação é mais hipotéticodo que real. Claro que existem indivíduos sem qualificação, não só com deficiência, mas semdeficiência também. A Avape, inclusive, é uma das pioneiras em capacitar pessoas comdeficiência, não só a visual".Um dos principais avanços no que diz respeito à inclusão social foi a implementaçãoda Lei de Cotas. Karolline Sales esclareceu: "Essa lei determina, de acordo com aquantidade de empregados, a contratação do trabalhador deficiente. A grande dificuldadedos empresários, dos gestores, é como contratar, onde buscar esse profissional? É aí queentra a Avape".Oportunidade e CompetênciaNo programa, foi apresentada uma matéria com o depoimento do deficiente visual EdiCarlos de Souza. Com apenas 1% de visão, ele procurou a Avape para recolocaçãoprofissional e começou a prestar serviço para a Secretaria do Emprego e Relações doTrabalho (Sert), do Estado de São Paulo. Sobre a sua capacitação, Edi Carloscomentou: "Precisei passar por treinamentos porque uso dois sistemas. Um de leitor de tela— para acompanhar as informações do computador — e outro do próprio sistema do‘Emprega São Paulo’". Orgulhoso de sua profissão, ele desabafou: "Infelizmente, no Brasiltemos falta de informação em relação ao deficiente. Hoje em dia, a tecnologia e osmecanismos de acesso estão aí para todo o mundo verificar. O que a pessoa deficienteprecisa? De uma oportunidade. Esse é o xis da questão. Ninguém pode ser julgado peladeficiência. Primeiro, o empregador tem que avaliar a capacidade, e não a deficiência".E arrematou: "Você, que tem alguma deficiência, nunca se esconda. Estude, façacursos, procure, pois o mercado está precisando. E vocês, que são empregadores, sempreacreditem e nunca prejulguem um deficiente. Deem a ele uma oportunidade, depois oavaliem".Diante do exposto, é gratificante saber que, apesar dos obstáculos, mais deficientesconquistam a cada dia maior reconhecimento na sociedade e, principalmente, no mercado detrabalho.José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. — www.boavontade.com

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Última modificação em Sexta, 12 Outubro 2018 13:49
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